Ainda quero muito caminhar.
Não trilhei ainda todos os possíveis caminhos.
Nem quero horizontes visíveis à minha frente
Porque apesar de inalcançáveis
Dão a sensação da existência da finitude.
Comecei de ínfimo ponto
Nesse espiral que é a existência.
E ainda estou num patamar palpável
Onde ainda pressinto o abismo
E anseio pelo infinito.
Sei ainda das minhas vontades
Indício inexorável da minha imperfeição
E causa intrínseca das minhas inquietações.
Baliza intransponível para a minha ascensão.
Quero a cúpula desse espiral
Que será a fusão com o todo universal
Consumindo as minhas mundanas vontades
E me distanciando indefinidamente do abismo
Cujo vislumbre faz o temor dos mortais.