terça-feira, 21 de julho de 2015

ENCONTRO



Sem nenhum esforço ou muita atenção
Mas apenas com o sadio desapego e introspecção
Faz-se as necessárias viagens ao profundo.
Lá onde todos os mistérios se guardam
É possível encontrar até você mesmo
Desnudo de todos os desejos e vontades
Impostos pelo seu escravizante Ego.
É necessária a devida coragem para interpelá-lo
E muita compreensão para entendê-lo
Distanciado que está das realidades exteriores.
Mas serão sempre os mais profícuos encontros
Quando ambos os “eus” decidem dialogar.
Levas ao diálogo as coisas mundanas e as prisões do ser
E ”ouves” em resposta as fórmulas da libertação.
Choras as máguas e as decepções cotidianas
E sentes o consolo de um olhar piedoso
Que no seu contemplativo silêncio   
Compreendeu e absorveu todas as suas dores.