domingo, 12 de maio de 2019

OS OLHOS DELA

                  A dona Hilda - minha mãe - "in memoriam")

Ela tinha nos olhos a sagacidade
De quem percebe o perigo
E a temperança
De quem sabe como vencê-lo.
Eram frios
Quando me censurava as faltas
Mas piedosos ao extremo
No momento seguinte do perdão.
Via-os apreensivos
Quando das minhas investidas
E jubilosos quando das minhas vitórias.
E quando o mundo me presenteia as angústias
Não são minhas apenas as lágrimas
Que vertem dos meus próprios olhos.
E quando olho o horizonte
O mar, as flores do campo
Enfim, as belezas desse mundo de Deus.
Sei com os quais os meus
Aprenderam a admirá-las.
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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

CRIANÇAS DE HOJE



                     Para "Majú", minha bisneta e Théo Antonio, meu afilhado.

                                                                                                                                     
As pequenas crianças de hoje nos espantam,
Pois que não são como as de antes foram.
Trazem já um que de sagacidade que põe longe a inocência
E a pureza daqueloutras.
Olham-nos como já antevissem nossas reações
Às respostas nada inocentes dos seus gestos e movimentos.
Seus sorrisos são fortes e denotam razão e consciência.
Não são apenas aqueles esboços de uma cálida alegria
Como que inconscientes das crianças que ontem fomos.
Pena que no curso de seus desenvolvimentos
Encontrarão um mundo impróprio por nós deturpado.
Um mundo forjado pelos prepotentes adultos que hoje somos
Mercê das tolas crianças que ontem fomos.
Esperança que essas crianças mantenham a firmeza que trazem
Para um futuro que serão deles e que não mais nos servirão.
Esperança que elas consigam forjar um maravilhoso mundo
Para viverem em harmonia com os seus semelhantes.
E de onde estivermos nós
Os que hoje vivemos nessa atribulação inconsequente que criamos
Ficaremos todos felizes,  invejosos  e ansiando voltar.