Tuas ruas me foram para os pés
Como são as nuvens para as aves do céu.
Teus becos me traziam as surpresas dos dias
E os temores das noites.
Recebi as bênçãos dos teus respeitáveis velhos
Também as pragas dos que me viam como moleque.
Brinquei os teus loucos de rua
Entre os temores e a algazarra.
Respeitei todos os teus idosos
Também zombei de alguns
Mesmo a custa de alguns cascudos.
Foi numa de tuas humildes ruas
Que vivi um lar
Pleno de bênçãos, amor e fraternidade.
Foi nas tuas humildes escolas
Que aprendi a grandeza da dedicação
E a importância da coletividade.
Foi sob teus sol e lua
Que vivi os meus primeiros amores
E amarguei minhas primeiras rejeições.
Hoje me debruço nas janelas da tua decadência
De onde assisto falaciosas promessas.
Mas oro todas as noites e todos os dias
Para que renasças das cinzas
E te vejo em meus sonhos
Mergulhada em abundantes alegrias.
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