segunda-feira, 28 de setembro de 2020

RIACHUELO

 


Tuas ruas me foram para os pés

Como são as nuvens para as aves do céu.

Teus becos me traziam as surpresas dos dias

E os temores das noites.

Recebi as bênçãos dos teus respeitáveis velhos

Também as pragas dos que me viam como moleque.

Brinquei os teus loucos de rua

Entre os temores e a algazarra.

Respeitei todos os teus idosos

Também zombei de alguns

Mesmo a custa de alguns cascudos.

Foi numa de tuas humildes ruas

Que vivi um lar

Pleno de bênçãos, amor e fraternidade.

Foi nas tuas humildes  escolas

Que aprendi a grandeza da dedicação

E a importância da coletividade.

Foi sob teus sol e lua

Que vivi os meus primeiros amores

E amarguei minhas primeiras rejeições.

Hoje me debruço nas janelas da tua decadência

De onde assisto falaciosas promessas.

Mas oro todas as noites e todos os dias

Para que renasças das cinzas

E te vejo em meus sonhos

Mergulhada em abundantes alegrias.

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