Inauguro hoje nesse blog a inserção de textos em prosa, onde publicarei crônicas do dia a dia, bem assim pequenas histórias reais que permearam a minha vida nas suas diversas fases. Claro que a poesia, nos moldes como ela é concebida, permanecerá a ser postada, tanto que nos chegue inspiração para tal. Hoje o tema será o que encabeça esse texto.
Todos são cientes dos benefícios dos exercícios físicos, que com mais propriedade lhes falaria se versado no assunto fosse como profissional da área. Atenho-me apenas, nesse texto ao que me é possível, não tanto pelas limitações dos conhecimentos técnicos atinentes ao assunto, mas pelo que em mim sinto em efeitos dessa sadia prática. Me é apropriado dizer, a princípio, que a minha escolha pela caminhada não se deu por acaso. Na minha trajetória, até mesmo nas artes marciais já fiz minhas incursões. Lembro-me, que quando garoto, na minha Riachuelo, cheguei até a calçar luvas de boxe icentivado pelo Marcelo Bezerra, de saudosa memória. Mas a finura dos meus braços não me permitia empunhar por muito tempo as luvas e logo, logo, estava eu com elas abaixadas e sem sustança para reerguê-las. Larguei. No futebol fiz também minhas tentativas. Mas no dia em que não consegui fazer chegar a bola ao goleiro numa batida de pênalti, resolvi que não era coisa para mim. Larguei também o futebol. Terminei na caminhada. Algumas vezes faço alguns trotes. Bem poucos, porque me foram proibidos por um ortopedista em face de umas fraturas não consolidadas nos tornozelos num acidente de carro. "Evite esportes de impacto", foi o que disse o doutor. Evito sim. Quem sabe mais que o doutor? Até porque quando o contrariei, algumas vezes, fiquei com os "mocotós" inchados por dias.
Iniciei a prática da caminhada quando contava meus 40 anos, portanto a pouco mais de 20. Os cenários onde ela se desenvolve depende de onde esteja morando. Pela minha constante sêde de mudança, os cenários tem variado bastante. Mas os mais recentes são a Avenida Rio de Janeiro e o Parque da Sementeira, que alterno frequentemente a depender do meu humor. Sim, e explico. Até porque está na raiz dessa alternância as razões desse texto. Os parágrafos seguintes trazem a explicação.
Um dos benefícios da caminhada, ao menos na minha ótica, não se restringe propriamente ao físico, mas principalmente à mente. E não é só o cenário que contribui para esse efeito. O componente humano é o principal fator. E esse componente se transmuda a depender do local onde a caminhada é praticada. A avenida Rio de Janeiro, quem a conhece sabe, corta Aracaju desde o Ponto Novo, mais precisamente onde cruza com a Nestor Sampaio e finda no muro da Leste, alí, logo depois do Colégio Costa e Silva. Portanto o seu entorno é habitado por pessoas de classes sociais diversas, haja vista que, apesar de sua grande maioria ser de pessoas menos abastadas vislumbra-se além de dois condomínios de casas, alguns edifícios de pessoas melhores posicionadas economicamente falando. Já o Parque da Sementeira está incrustrado no meio da burguesia, alí em meio aos bairros Jardins e Praia 13 de Julho. Não preciso dizer mais nada. É só barão. E aí é onde reside a variante, no que pertine às impreessões que se absorve no caminhar nos diversos ambientes. Os caminhantes do Parque da Sementeira deixam transparecer não apenas nas indumentárias que ostentam, mas também nos seus semblantes, nas suas posturas no andar, na escolha dos a quem cumprimenta, nos grupos que formam, nas conversas que deixam escapar, que pensam ser pessoas especiais. Já os caminhantes da Rio de Janeiro, são de outra espécie. São mais expansivos nos cumprimentos. Buscam constantemente o contato com quem cruza. Caminham apenas como quem caminha: sem empáfia. Sente-se neles a necessidade do agregamento, da união, enfim dos componentes que tornam as pessoas solidárias. Sem contar que é totalmente adversa a situação de ambos os cenários. O do Parque da Sementeira é uma maravilha. Árvores e mais árvores, pássaros cantando, patos nadando num lago, e todo uma estrutura para a proporção do bem estar de quem alí transita. Já o cenário da Rio de Janeiro, deixo-o à imaginação dos senhores. Afinal, desses caminhantes, quem são mesmo os especiais?
Pois bem, para finalizar recomendo a todos a CAMINHADA, mas faço um pedido: não se atenham apenas aos benefícios para o físico dessa prática. Abram-se também para os outros mútiplos benefícios para a mente e até para a nossa personalidade e para o conhecimento do outro nos seus diversos aspectos.
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