domingo, 30 de novembro de 2014

ÓBICES DO OFÍCIO

Uma das nossas grandes frustrações quando estávamos à cata de empregados sem registro nas nossas investidas pelo campo, quando do início da fiscalização do trabalho rural, na qual participei, era justamente quando rodávamos várias horas sem sucesso por entre as muitas fazendas do nosso estado. E um dos horários mais propícios para a nossa investida, era justamente o horário do almoço, quando os empregados de grandes fazendas se reuniam todos num mesmo local para a refeição. Em certa vez, estando eu o Getúlio, meu parceiro à época, correndo os laranjais de um dos nossos municípios, justo  no horário do almoço, nos deparamos com uma grande aglomeração de "empregados", reunidos todos sob uma frondosa árvore. Beleza, era a nossa vez. Empunhamos nossas pranchetas e demos órdem ao motorista para direcionar o veículo naquela direção. Ao chegar no local, descemos e fomos de logo, sem qualquer delonga, solicitando o nome dos "empregados" e porquanto tempo já trabalhavam naquela propriedade. Qual não foi nossa estupefação quando os "empregados" atônitos, nos olharam com tristeza e nos informaram que  aquilo se tratava de um velório. Murchamos nossas bolas, recolhemos nossas pranchetas, demos os pêsames e pedimos nossas desculpas aos familiares, e saímos do local direto para casa. Ainda hoje, quando repetimos essa história, é motivo de muito riso entre os colegas. São os óbices do ofício.

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