sábado, 17 de setembro de 2011

VISITA

                                         (Ao meu pai enfermo)


Venho de um par de olhos tristes.
Corri de braços que queriam me abraçar
E estavam inertes.
Deixei num leito triste
Um rio de lágrimas retido
E um mundo de perguntas irrespondíveis.
Venho da casa que me gerou
E que semelha hoje
Despojos de um naufrágio
Que desagua num mar injusto.

Dos muitos olhos que me espreitam
E que me seguem o sombrio passo de fuga
Não sei dos que sabem
O peso da tristeza que carrego.

Nenhum comentário:

Postar um comentário