Existem prisões
Cujas correntes não se deixam ver:
Prisões presas em nós
Submersas em nossos abismos.
Soltam-nos os pés e as mãos
Porque sabem do nosso receio de andar
E da nossa impossibilidade de agir
Já que nossa alma é sua presa.
Existem mordaças
Que nos deixam livres a língua e a boca
Mas que nos oprime o peito
Onde se fabrica o grito.
Existem grades
Que não são feitas de ferro ou aço
Mas de nossas próprias fibras.
Existem abismos
Aos quais nos conduzimos
Com nossos próprios passos em falso
Na rota da vida.
Existem vidas
Que apesar de bem sentidas
São na essência
Destituidas de vida.
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