Hoje
Procurei em vão
Os temas e as palavras
E a vida:
Meus olhos passearam inertes
E nada me disseram.
Minha alma
Esteve impenetrável às paixões.
A poesia me impunha sua trégua
E eu cruzei as ruas
Como se nada fosse.
Hoje
Fui a visão longínqua de um trem
Silencioso e vazio
Que passa vagaroso e macio
Na realidade-quase-sonho.
Fui a chama triste de uma vela solitária
Velando a morte de mim mesmo.
Hoje
Eu não fui como sou verdadeiramente.
Fui somente
A sensação angustiante de nada ser
E o desespero de quem se vê morrendo.
Hoje
Fui um estrangeiro em mim.
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