domingo, 17 de julho de 2011

Réquiem

                                                               ( celebrando a morte do
                                                                          do que não conseguiu nascer)

Iniciei o difícil ofício de te esquecer.
Procurei em outros corpos anônimos
A textura deste corpo teu
Que jamais me permitiste tocar.
Difícil encontrar porém
A doçura que reténs no teu olhar.
Tento diluir tua lembrança
Pelos lugares onde andar procuro.
Quero deixar cada vontade de querer
Em lugares onde jamais pensaste passar.
Nos botecos de balcões toscos
Cuspidos pelos bêbados vulgares.
Nos cabarés de putas decaídas
Que recebem meu olhar de pena
Como se de desejos fossem.
Ah! se soubesses como te adoro
E de como me foge a esperança...
Talvez algo em ti despertasse
E verias que a tua morte anunciada
É apenas a natural necessidade
De te aninhares em meus braços.


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