(Para Bruna)
A pouco e pouco
Fui-me desnudando diante de ti.
E a real imagem do que sou
Foi-se desanuviando diante de teus olhos atônitos.
E o espanto que costuma ser como um repente
Fê-se um espanto construido com o rítmo dos atos.
O beijo não era tão mais suave como antes:
Era como uma busca ávida como de abutre faminto.
E os olhos que desciam lento e suave o corpo sutil
Era como de um lúbrico vampiro.
Quase um pranto abrupto quis nascer
Como deveria ter sido abrupto o espanto.
Mas a dor da decepção soube se conter.
E não se sabe o que mais restou.
Talvez apenas a certeza em plagiando o poeta:
De perto é tudo animal.
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