quarta-feira, 3 de agosto de 2011

AVES IDÉIAS

As idéias não encontram espaço
Nem mesmo no vazio dos cantos frios
Das mentes que se fizeram mortas
Por verem morta a razão.

As idéias fogem dos túmulos.

E os acontecimentos
Com medo do milagre
Mutilam o cadáver da razão.

É que a razão às vezes ressuscita.

Cai um dilúvio de palavras
E o cadáver da razão morre de novo
Desta vez se fazendo pedra
Que esmaga as mãos mutiladoras.

As chagas às vezes se fazem calos de pedra.

Mas as idéias amanhã
De tanto voarem a esmo
Se farão aves
Que acharão deleite naquela pedra tosca.
E não há razão mesmo de pedra
Que permaneça morta
Sob os pés leves das aves-idéias

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