domingo, 14 de agosto de 2011

REGRESSO

                               (Eu, Delegado em Riachuelo)

Descansa, pára, morre
A euforia da metrópole.
M o n o t o n i a .
É quase solidão e tédio
Esse meu regresso.
O poeta que sufocava
Entre as multidões indiferentes
Sufoca agora
Na indiferença da ausência.

Aqui
Um amigo se distancia por respeito.
Ali
Uma ex-namorada baixa os olhos não-sei-porque.
Acolá
Um inimigo abre os dentes-judas.

Passo.
Cada passo me pesa como chumbo.
Dói:
De não puder descer no passado
E correr com pés leves pelas ruas.
De sorrir e gargalhar e gritar
E de ouvir me chamarem de "muleque".

Nenhum comentário:

Postar um comentário