(Riachuelo, cidade agonizante -1980)
Anos, homens e desenganos
Passam
Na rua sem fim da cidade finda.
Tudo parece espreguiçar-se
E nenhuma vida parece ter mais vida.
Há um clima de pasto vazio
E uma agonia de profundo silêncio.
Talvez um grito, uma explosão
Ou quem sabe, um soluço...
Fizesse mudar a face da cidade morta.
Há uma vontade de Adeus
Em cada olhar que olha.
Há um presentimento de saudade
Mesmo nesse palco de nostalgia.
Há alguém que chora como um louco
No seu sonho de pranto proibido.
Passa uma procissão de fantasmas
E o sino da igreja parece estar gemendo.
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