Velados olhos de censura
Lançam-me
Ao modo excêntrico
Como visto meus atos.
Quem sabe
Desesperados consolos se busquem
Pela impossibilidade de imitá-los.
Ajo assim sem esforço ou cuidado
Mas apenas moldando-me
À verdade de mim
Que insiste em perseguir-me a vida
Quer no momento do êxtase que gozo
Quer no desprezo ao que me desespera.
Sabem-me nada
Os que me cercam o dia
Pois que mesmo eu sei-me pouco.
Sei muito de desejos e de sonhos
De lembranças e de saudades.
Sei da dor amargurada do que não fiz
E da angústia do que não hei de fazer.
Mas sei sobretudo que pouco se me dá
Esse vesgo e enrustido alheio preconceito.
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